terça-feira, dezembro 29, 2015

Piropos mandatórios

Sim, tenho de entrar neste comboio também.
Mas só para dizer que o piropo é uma arte em declínio e deve ser salvo.

O piropo é como a anedota, pertence a um outro tempo em que a oralidade tinha todo o valor. Ainda se ouvem anedotas? não. Piropos também não.
Aquilo que vem de lá dos andaimes não é tecnicamente um piropo, estudiosos proclamam em Palo Alto. É um urro primordial e uma forma de afastar as femeas quando os machos estão a comparar tamanhos de pila.
É uma forma de expressão única no mundo, não só pela evolução que ocorreu em poucas centenas de milhares de anos, ouvidos desde as árvores mais altas da Pangea até ao andaime floresta urbana, mas também pela adaptação a meios como o automóvel, onde esta territorialidade, sempre baseada na distância, na não-presença, continua resiliente.
Faça-se uma recolha e divulguem-se em museus etnográficos, em consolas com botões.

P.S. Já li tanta barbaridade hoje. Nem parece 2015.

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