quinta-feira, setembro 18, 2014

Aquela discussão sobre a cópia privada

Há dias, vi o Prós e Contras, provavelmente a unica vez nos ultimos 3 anos. Geralmente é uma perda de tempo: tem a Fátima Campos Ferreira, que pertence ao género de pessoas-que-sabem-ler-mas-nunca-parece, um género onde é omnipresente e que em Portugal é ocupado por peças como o João César das Neves ou o presidente do ACP.
Só assisti ao debate por 2 razões: Domino o tema e detesto o Prós e Contras; acho que a lei está assente numa premissa errada.

O tema tem visibilidade porque os poucos que querem intervir politicamente no país fazem-no na blogosfera. Em Portugal o Twitter só é usado por boys. Foram eles que deram a cara no debate, frente aos artistas ( todos velha guarda ) e à SPA. Assistir a este debate permitiu-me confirmar algo que já suspeitava - provavelmente isto é preconceito, à conta da apresentadora - há algum tempo: se extrapolar o que ouvi sobre internet, copia e consumo digital a todos os temas que passam pelo P&C, ninguém sabe do que anda a falar e o programa não tem interesse nenhum. Perdi umas horas da minha vida mas confirmei isto, posso voltar a não ver televisão de encher-chouriço como é habitual.

O argumento batido e primário "se pago uma taxa por usar um disco que pode ser usado para ter musica pirateada, então devia ir preso por homicidio por comprar uma faca" mistura 2 assuntos mas continua a ser válido, de tão mal amanhado que é o projecto de lei, uma proposta que admitiram datada por não ter sido aprovada em tempo útil e adiada pelo governo. Novamente, extrapolando o que se passou com este projecto de lei, fico com a ideia que temos legislação em barda para 98, mas nada para 2014. Ainda assim segue, datada, assente numa premissa que é cada vez mais errada, e numa altura em que, graças aos serviços online que ignoraram completamente no debate, as vendas de musica sobem, ao fim de anos de queda contínua.

4 comentários:

Fuschia disse...

Pois. Eu subscrevo mensalmente o Rdio, por isso a parte da musica não me toca. E filmes, também há sites para os ver em streaming, não é obrigatório que tenham que ser descarregados. E imagens, bom para que havíamos de guardar imagens que não são nossas? Parece-me uma desculpa descabida para inventar mais um imposto retrógrado.

Jonas disse...

Eu não sou um boy :) (nem uma girl, já agora).

Prezado disse...

Fuschia,

Há uns anos, uns 5, hipoteticamente, talvez possa ter feito download de um mp3 de origem duvidosa.
Agora posso dizer que compro mais musica do que comprava há 10 anos. E sim, tenho mais Gb de fotografias e videos do que qualquer outro tipo de conteudo em todos os discos que tenho.

Jonas,

Não tenho paciência para muitas ressalvas. OK, és "consumidora", essa categoria de cidadão suspeito de interesses sombrios, género pagar o preço justo por algo.

Jonas disse...

Certo :) Sou uma vendida à indústria das torradeiras :)