quinta-feira, junho 27, 2013

Greves, caçadores de mitos

Em 2013, depois de uma temporada de manifestações a fazer lembrar os tempos do secundário e dos ministros da educação do Cavaco, o paradigma da manifestação mudou. Com uma amostragem tão grande e frequente à disposição, pude, com a ajuda de vários amigos - os bloquistas, ex-bloquistas, desalinhados e afins usam as manifs para se encontrarem - recolhendo e testando ao longo deste ano dados estatísticos concretos e agora posso divulgar conclusões espantosas sobre o mundo das greves e manifestações.

Mito 1
"Quem vai a manifs é comuna."
Mito.
Esta não esperava, mas há muitos comunas que não vão a manifs. Vão para a praia.


Mito 2
"Esses gajos dos sindicatos prejudicam mais do que ajudam." 
Verdade. Metem-se no caminho do plano do Passos de nos por no patamar dos chineses com a promessa de mão de obra barata e obediente. Isto pode ser bom ou mau conforme tenham uma Sonae ou não. Depende.

Mito 3
"Fazem greves e é vê-los é a ir para a praia."
Verdade.
Em 2013 registei um não-comuna que conseguiu no mesmo dia trabalhar, ir à praia e ir a uma manif. Esta para mim era a mais complexa de provar. 


Mito 4
"Não sei o que é ganham com as greves! Trabalhar que faz bem é que não."
Mito. Trabalhar nunca fez bem. Perguntem a qualquer Jota. O que faz bem é colar cartazes e distribuir canetas.

Notas: a) descobriu-se também que existe a liberdade de, depois de subtraído o salário do dia de trabalho correspondente ao dia da greve, poder usar-se esse dia como se entende. Este facto está por atingir por taxistas e ressabiados. b) toda a gente pode fazer greves.

2 comentários:

marta morais disse...

"toda a gente pode fazer greve"'! isso sim, é um mito.

Prezado disse...

Toda a gente pode. Nem todos conseguem. Arranja-me lá um sindicato dos criativos ou dos designers para as organizar.