sexta-feira, agosto 31, 2012

O Universo, imutável de completo.

Podem teorizar. Podem divulgar. Podem promover. Podem descobrir. Podem explorar.
Façam iPods, iPads, Tablets, PC's, satélites, Rovers, misseis, estações espaciais, criogenia, clonagem. O que entenderem.
Em 2012, no século XXI, 12 anos depois do ano 2000, o ano do futuro, um cliente que depois de dar ok para um trabalho avançar espera-o feito passado 15 minutos e telefona duas vezes a reclamar em 10 minutos porque tem mesmo muita pressa. Não me venham com tretas sobre a tecnologia dos dias de hoje e o futuro e o caralho: Macacos. É o que temos.

quinta-feira, agosto 30, 2012

É nos dias que não levo uma máquina fotográfica - agora já ando há umas duas semanas sem uma, por acaso - que calha passar debaixo de uma ponte com sem-abrigos e ver que arrecadaram 2 espelhos grandes de guarda fatos e os deixaram encostados a um dos pilares da ponte.

Universo, dimensão extra

A troca de emails aumentou bastante nos últimos tempos, tenho recebido e enviados muitos e comecei a pensar que se calhar não estou a viver em pleno na nova dimensão do universo, onde tudo funciona em 2 planos, um fixo o normal espaço-tempo e um segundo plano obliquo a este, β, cuja origem se encontra no uso de palavras como Pode-mos, Estiver-mos, Houzar, Encontra-se, Pode-se, tudo termos meta-transicionais, donos de uma etimologia própria - não são erros, como desconfiei primeiro - capaz de dobrar o tempo e a intenção. Explico: Se no plano primário de ser, eu e X ou X+Y podemos olhar para um quadro, no plano β já estamos numa situação complicada, o quadro já não faz sentido e já pode-mos, o que pode originais situações estranhas, piorando em muito se estiver-mos em trabalho.
Desde que o metro vai até ao aeroporto, o número de personagens aumenta.

terça-feira, agosto 28, 2012

Beato

Passei ali naquelas ruas mais antigas e é uma grande falta, o declive e a idade não, esses não fazem falta, mas com eles não consigo correr aquela zona toda, fico a ver as ruas de baixo, os armazéns com portas grandes para 2 planos de austeridade passarem ao mesmo tempo, rachas na parede capazes de absorver a troika, a estrada vazia para os tapetes vermelhos, tenho de voltar lá.

segunda-feira, agosto 27, 2012

Estou a visitar outra casa

Mas só no mundo da ficção. É que dá para fazer isso nos blogs. Percebeste?

Emprestem-me guito

Compro a RTP, deixo a programação como está, meto uns filmes intelectuais na 2, meto umas séries porreiras na 1, deixo o gordo, meto um programa de música portuguesa e chamo-lhe pop-off 2, nunca passa hiphop nem reaggaton - estou a falar de música, mesmo - meto um programa de música clássica na 2 à hora do jantar, meto os marretas em reposição, vocês todos pagam a taxa todos os meses, eu cobro a publicidade e é só ganho. Podem contribuir no botão do Paypal à direita.

sábado, agosto 25, 2012

Acordei com dores

Fui dali da expo pela beira rio, o mais possível, passandos os decks e os pontões do oceanário, para sul. Os contentores intervalam com vazios que está sempre preenchidos com pescadores. Passam-se os portões que estão sempre abertos para camiões e contam-se os guindastes. Já lá para a Matinha, os prédios estão vazio menos o ultimo andar. A ideia de uma penthouse em frente ao Tejo sem vizinhos no quilometro em volta parece-me o mais próximo de que Lisboa tem das Bahamas ( geminadas com um paiol e dois armazéns ). Seguindo mais para sul, depois de passar a roloutte dos pregos no meio de nada mas rodeada de audis e mercedes old school, os portões sucedem-se, cago nisso. Passo por um condutor da carris a comer um prego, com o respectivo autocarro estacionado à beira rio. Encontro uma praia. Há praia no norte de Lisboa, em frente à Matinha e eu nunca tinha visto. Estavam lá dois veraneantes. Tem uns 15 metros e um pontão enferrujado onde alguém quis também uma penthouse em cima do rio, mas feita de tapumes das obras. Estavam lá uns quantos pescadores.
Daqui para a frente pensei em quantos cadáveres ia encontrar entre os paralelos amontoados e o mato por roçar. Docas meio abandonadas - tinham gente mas daquela que não faz perguntas nem diz nada - cheias de barcos e restos de obras entulho lixo terra blocos de cimento bidons. Sigo para Sul.
Um quiosque, daqueles iguais ao do Camões, mas no meio dos contentores. Ainda estava aberto.
Passo a ponte de onde já se vê o Lux mais lá à frente. Debaixo da ponte, vivem umas 5 pessoas. Parece arrumada. Os caixotes e os colchões e os cobertores estão empilhados em montes espaçados alinhados e certos, encostados à cerca da linha do comboio. Aqui pode ouvir-se o Jazz vindo da estação de Sta. Apolónia, os comboios a chegar e o transito por cima da ponte. De lá de cima ninguém apanha nem o som nem o cheiro. Debaixo da ponte não se pode estar.
Seguindo, apanho os camones a sair do paquete, que parece mais um hotel de Albufeira plantado género nenúfar à frente do Lux. Do cais do sodré à praça do Camões já não se vai tão bem, mas o passo continua constante. Desço subo desço olha cá vou para os copos. Jantar. Descer. Subir. Bica. Descer.

quinta-feira, agosto 23, 2012

Fui ver uma casa

Gosto de ver casas, como gosto de ver outras coisas, em especial tudo.
Nas casas gosto de encontrar os detalhes que definem melhor o que se passa lá dentro. Uma espécie de leitura ascendente que encontramos em tudo o que as pessoas fazem. A maior parte das vezes é subtil e dá muito trabalho e é precisa muita imaginação para perceber o porquê de certas opções. Quando quem ocupa as casas é maluco dos cornos, facilita bastante. Por isso hoje, 2 em 1, visita guiada a casa para alugar, dada por um maluco dos cornos:


Apartamento para Alugar em Lisboa,
apresentado pelo tipo das conspirações do Saldanha.


Móvel concorrente.
 Quero mostrar esta casa que está para alugar. Há tempos uma pessoa contou-me que estava vago este apartamento, T3, Em Lisboa. Disse-me que tinha usado este apartamento há alguns anos e que gostava das áreas, do sol e da vista ampla. Vasco Granja, director secreto do Grande Oriente Lusitano disse-me depois que essa pessoa era 1/3 de um duo sertanejo descendente de cristão-novos e que não devia confiar nele, especialmente no que toca a acabamentos. Mas como podem ver, o antigo dono teve o cuidado de construir uma estante e posteriormente construir o soalho flutuante em volta da estante. Nem toda a gente tem esta atenção; A corrente funciona como junta de dilatação. Asseguro que ninguém no IKEA se dá ao trabalho de fazer as coisas assim porque são zionistas.
Papel de parece.
Nos quartos, o papel de parede dá um toque mais clássico às paredes onde AH O TOURO O TOURO O TOURO podem ver a opção original de não preencher toda a parede como é moda hoje em dia, o Duarte Lima Duarte também tem assim na casa dele, vi no Correio da Manhã. Destaco também o trabalho que foi posto nos rodapés, dignos do Grande Arquitecto, refeitos à mão ( quando digo "à mão" é no sentido Quacker do termo, sem ferramentas posteriores ao nascimento de Moisés ).

Estante matematicamente
insustentável. Muito sólida.
Todos os móveis são aprovados por mim e como tal têm uma garantia anti-conspiracionista: Não poderão encontrar qualquer referência a qualquer conspiração por meio de geometria sagrada, numerologia, tarot, búzios ou calendário Maia. A estante do quarto das crianças é um bom exemplo, realço a distribuição aleatória das prateleiras aplicada nesta peça - que no fundo é uma gaveta de uma cama metida na vertical e pregada à parede e com umas tábuas do soalho que sobraram pregadas nos interstícios das divisórias originais - impedindo que seja atribuída a autoria desta peça a Belzebu ou ao Marques Mendes.

A caminho do apartamento
Não é necessário pagar caução e já há várias pessoas interessadas, um taxista veio cá ver e gostou. Eu assegurei-lhe a casa, fazendo a ressalva que quando D. Sebastião regressar, decerto ocupará este sítio. Contactem-me neste email caso estejam interessados, sou o tipo das conspirações. Se não responder, contactem o Obama.

terça-feira, agosto 21, 2012

Insónia, calor.

Daqui da sala ouve-se a cascata de Arroios, fruto da canalização rebentada numa obra no prédio em frente - se calhar uma tentativa de reabrir a ribeira de Arroios, que ia desembocar ali para o Martim Moniz. Mais ao fundo é o barulho do camião do lixo, na rua atrás da minha. Os gatos desistiram de ser notívagos e estão a derreter pelos postes abaixo.

segunda-feira, agosto 20, 2012

Keywords

Já não ia ao poço das keywords há tempos, encontrei estas a boiar. O pessoal continua a vir aqui ter por todos os motivos e mais alguns mas sempre válidos.

domingo, agosto 19, 2012

Começando a ser uma tradição - parafraseando uma amiga, para se fazer uma tradição basta 1) a vontade 2) involuntariamente repetir algo duas vezes - vou novamente a um restaurante ali para os lados de Vila do Bispo. A empregada recebe-nos brasileira mas meio trombuda Ah nossa querem mesa para quantos ? ah pois nossa como estamos cheios... em 10 minutos digo qualquer coisa, tá bem?
Depois de ter esperado 40 minutos pelo jantar, comecei a perguntar-me porque é que entrei naquele restaurante e a reparar que é como muitas outras escolhas, especialmente ao nível político: a ter de escolher, escolho o menos mau. Um cheio até acima e com uma iluminação - a luz má dá-me dores de cabeça - de matadouro, um tasco sem comida de garfo e faca e com máquinas de jogos, um vazio - ninguém come num restaurante vazio, e um que sempre tinha alguma piada. Depois de uma hora à espera, lembrei-me que o ano passado já tinha ido a este e já tinha perdido lá uma hora. Mas as imperiais, a companhia e o wifi da tasca em frente fazem-me esquecer o resto.

A avioneta em Braga e a crise

Hoje a SIC fez comédia pura no telejornal, espero que toda a gente tenha notado.
- A avioneta caiu aqui, vou chamar-lhe "cara", a cara da avioneta veio nesta direcção, foi isso que viu, não é Sr. Manuel?
- Eu vi foi a cara do piloto, até. 
Isto acontece porque os canais de televisão, por teimosia, não usam a legislação que o Passos arranjou para criar mais emprego. Em vez de criarem mais empregos, os canais de televisão insistem em manter jornalistas já acabados nos quadros, obrigando-os a reciclarem-se a toda a hora, nem lhes dando tempo para se prepararem melhor para as entrevistas de rua. Passos tem razão quando diz que não nos devemos acomodar, e que um emprego não é para a vida. Há que batalhar. Os "recibos-verdes" sabem isso. E se a SIC e a sua jornalista podiam seguir um exemplo, seria a Alexandra Lencastre. Trabalhadora temporária - quem é que a vai meter nos quadros? nunca se sabe quando é que aquelas pestanas colam de vez às lentes de contacto -, decorou até à exaustão factoides durante meses, debitando informação técnica detalhada sobre tudo, marcas de palhetas, número de oitavas cantadas, datas de lançamento de todos os álbuns do Roberto Carlos, a marca de capachinhos do Cid, tudo, agarrou-se ao trabalho com unhas e dentes. Na SIC, uma jornalista conseguiu dizer que um avião tem cara. Quando bastava uma wiki à frente do nariz.

Ainda assim dou-lhe os parabéns, se o Sr. Manuel me dissesse "eu vi foi a cara do piloto", muito provavelmente desmanchava-me a rir.

sábado, agosto 18, 2012

Ainda a praia

Tenho necessidade de voltar a este tema porque ainda há gente que não percebeu o problema, deve ser aquele pessoal que só vai à praia para fazer dinheiro. Começo do príncipio: o Cretácio.
Moluscos gigantes, imaginem burriés ou búzios se gostarem de petiscos, começam a invadir a terra. Porquê? porque o começo da terra é a praia. Porquê? porque tem areia. Porque avançaram sem medos? porque na areia se sentiam seguros, não havia ruido, podiam ouvir os predadores a aparecer. Foram-se habituando a este santuário e passado uns milhões de anos deram num género de chinchila, depois lémures, canguros e ornitorrincos - o ornitorrinco acho que é um bug da genética - depois macacos, o Alberto João Jardim, o Tony Ramos e finalmente, os humanos. Em comum? a praia e o descanso na praia. O mar está para a criação como a praia está para o sétimo dia. É por isso que insisto: praia é areia e água. Mais nada.

sexta-feira, agosto 17, 2012

Melhor praia do país

Prezado esteve em algumas praias e passou por alguns cartazes à entrada das praias a promover as ditas praias numa votação de melhor praia do país e tal. Nesta altura que vejo que afinal ainda não posso ir à água porque dá-se uma volta no estômago e fico todo embrulhado.
Senhores, é tão fácil mas tão fácil abusar da inocência do povinho, vamos lá ver:
Uma praia não é um clube. Não é um bairro. Não é um partido. É só areia, água e ondas ( as ondas distinguem a praia de uma banheira ou de um tanque, são importantes ).
Denunciar a todos qual é a melhor praia que se conhece é entregar os planos ao inimigo.
O que o inimigo vai fazer? bombardeá-la de bares Lounge, de wifi, de cadeiras de plástico, de música ambiente, de reagaton ( não é música, por isso é que faço a distinção ), de massagistas, de lonas pagas, de tralha, de promoções de eventos e o caralho, de cultura, de placas, de gente - e gente traz bebés, cães, lixo, rádios, bimbos ( não é gente, por isso é que faço a distinção ) - , de foda-se. É capaz de ser sindicalismo anarco-primitivista, mas uma praia deve ser só areia, água e ondas.


Vejo que é mais e mais complicado aos humanos perceber o conceito de natureza. É perverso ( para mim ) pensar que começa a ser preciso pagar para ter acesso a algo no seu estado puro.
Foda-se para o mercado foda-se pim.

quinta-feira, agosto 16, 2012

Ach so

Eu não acredito no Paulo Coelho, por exemplo
Ach so é uma subsidiária da ach brito, acho. Não confirmei, mas uns fazem sabonetes muito caros que tentam lavar alguma coisa, outros providênciam clarividência gratuitamente. Sobre clarividência os sabonetes não são bons a dar respostas, pode dizer-se mesmo que nem com ele nos olhos percebemos pouco mais que causam algum desconforto e que o mais inteligente é tirá-los quanto antes. Quero aqui fazer um género de metáfora ou outra figura de estilo qualquer, sou muito mau a identificá-las, nem com a cábula ao lado distingo uma paraximese de uma culpitrariade ou um menelau ( Por isso acho que só faço metáforas). Sigo:
Desconfiem de soluções para a vida apresentadas em pacotes pré-definidos. Desconfiem mais quando os pacotes têm um preço em euros. Desconfiem mais ainda quando os pacotes são gratuitos.

Back in town

Terminadas as férias, a busca interminável por uma teoria unificada do universo com um novo fôlego - Incursão por Paulo Coelho incluída - fresca, a cabeça ainda cheia de sal e algas, ideias umas quantas, 200 mails por rever, amanhã explico como é que posso relacionar inteligência, Q.I. e praias a sul do Seixal. Prezado back in town.

terça-feira, agosto 14, 2012

As férias apanharam-me de surpresa, nem pude fazer um Post de despedida nem meter uma tanga qualquer como a ida a um país sem net ou assim, só sobrou pica para um Post a anunciar que me marimbei para isto uns tempos. 

segunda-feira, agosto 06, 2012

Humanos III

Fui às Catacumbas. Vão fechar, um dia destes, não sei quando. É pena, apesar de:
As Catacumbas são o bar de Jazz onde vou há uns 20 anos. Nem sei bem precisar porque não sei sequer a minha idade, se nasci em 2007 ou antes. Há quem diga que foi há mais outros não ninguém confirma. Mas às Catacumbas retorno religiosamente, tanto semanalmente como desapareço uns meses sem deixar - gosto sempre de ter os sapatos limpos - rasto. Isto é, sou da casa. O que dá ao dono do bar, quando tem pressa, a autoridade de fazer o que os humanos macacos portugueses fazem quando têm um cliente fiel: tratá-lo pior do que a um cliente novo. Pois. O macaco humano faz isto, sabendo que o que eu quero é sempre o mesmo - uma Super Bock - aparece-me com a Super Bock, passa-ma para a mão e já a virar-se de costas "quer um copo?" - "Já agora..." digo eu, que é uma expressão que gosto de usar porque penso sempre "já agora? se é já é agora caralho, porquê dizer já agora? para não dizer agora, já e soar a chefe de batalhão das SS?" e lá vem o copo e entrega-mo assim ao longe, não o atira por não confia na minha destreza, só pode, e vai-se logo já de costas. Foda-se, é duro ser cliente habitual.

sexta-feira, agosto 03, 2012

Humanos II

Um sonho que tenho, que gostava de ver realizado ainda nesta encarnação, era que um processo de trabalho fosse apenas um processo de trabalho e não mais uma oportunidade para crescer e para melhorar o ser humano que sou, para ser mais tolerante, mais empático e o caralho.

- O que é que achas disto que fiz, Prezado?
- bom [ trabalho feito com os pés em duas horas que devia ter demorado 15 minutos ], mas isto está incompleto, não? eu colocava-lhe mais cor. Só tem uma.
- ah, mas não tive tempo. Como é que ponho outra cor?
- Bom vais aqui a este quadradinho e picas a cor daqui, como se fosse um conta-gotas.
- Não está a dar.
- Então, tem de dar.
- Não dá, é mesmo aqui?
- É aí mas tens de clicar.
- Clicar como?

O interessante é que perante isto eu sublinho não peguei pensei em nada para além de um "apre" mas vacilei sim sou humano vacilei, o corpo teve um espasmo, como quem vai para pegar numa pá e dividir um corpo a meio e depois enterrá-lo no quintal.

Humanos I

Retirando a capacidade da fala aos humanos, pouco nos distingue uns dos outros e em ultima análise, dos macacos. E hoje quero partilhar um pouco da minha experiência desta semana com macacos.

- Olha, dás-me a tua opinião? como é que achas que deva fazer isto?
- Na boa, mostra lá.
- Como é que achas que coloque estas 4 imagens?
- Bom, se estás a contar uma história de seguida, eu colocaria todas em fila, as 4.
- Sim é isso, é uma história. Mas não achas melhor 2 a 2?
- Bom, 2 a 2, como são poucas imagens se calhar a leitura é dúbia porque tens 2 imagens tanto no sentido horizontal como vertical.
- Mas eu gosto mais do aspecto com 2 por 2 imagens.
- Pois.

Passam 2 segundos das imagens montadas 2 por 2 - sim, ficaram 2 por 2 eu também fiquei surpreendido, como é que a minha argumentação altamente fundamentada em princípios estudados por académicos durante décadas não convenceu - e volta a carga.

- Isto ficou porreiro, pá.
- Ainda bem, é o que é preciso.
- Olha, as imagens estão cortadas.
- Pois, tens de trabalhar o enquadramento. Se antes tinhas imagens rectangulares e agora passam a quadradas...
- Mas estão cortadas.
- Pois, é trabalhar o enquadramento.
- Não aparecem inteiras, aqui, ó. Não se vê a cabeça do cavalo.
- Pois.

Esta é apenas uma faceta dos macacos humanos.

quinta-feira, agosto 02, 2012

60 minutos

Há uma personagem no facebook que consegue surpreender-me todos os dias. Não sendo propriamente um amigo - ainda não partilhámos peúgos carro ou histórias de bebedeira - não consigo retirá-lo da minha existência. É o tipo das conspirações. Ah sim já sabem e tal. Não. Um tipo das conspirações, sou eu. Estou no grupo Bildenberg para orientar aquilo, dou instrucções ao MKUltra, dito memorandos aos illuminatti, pago cotas da Skull and Crossbones só pelo gozo de os ouvir, já estive dentro de 15 tipos de ovni e tenho um daqueles retro, alemães, da segunda guerra, na garagem. Sei muito bem porque é o outro desgraçado matou 12 pessoas ( e não 13 ) na estreia do Batman e qual a relação com os jogos olímpicos e a banca americana. Dou de comer chupacabras frescos ao Yeti, vou passar fins de semana às cidades interiores governadas pelos deuses escaravelhos debaixo de Santa Iria da Azoia, no extremo do triângulo das Bermudas, onde os egípcios fundaram a atlântida. Bochecho água com fluor e tenho um google maps dos chemtrails. Tenho um mail com a certidão de nascimento do Obama e a certidão de óbito do Elvis. Claro que nunca digo isto a ninguém, por razões óbvias: ninguém acredita, e os que acreditam dirão que sou um agente do controlado pelo MKUltra, seguindo directivas milenaristas da Skull and Crossbones e que no fundo tanta merda e eu só quero é estabelecer uma Nova Ordem Mundial, claro.
Este tipo, O tipo das conspirações, esse sabe que isto tudo é verdade.

Pois é, vora

Concêntrica como uma teia de aranha, tem por presas os pobres de deus que entenderam por bem viver sem um rio. Não se vê água ao redor e quando se segue a regra de Lisboa - para baixo é sempre rio - acaba-se por parar nos arrabaldes: Supermercados, estações de comboios, cemitérios, descampados. Aqui a regra é subir para ir ter ao Giraldo, centro cosmogónico, a fonte como deus sol, os bares planetas, a Praxis uma estação espacial abandonada. Praxis funciona como uma discoteca de adolescentes mas para adultos. Mulheres e homens, num ratio de 1 para 10 simulam rituais de acasalamento mas sem sucesso, é impossível 1) a música, Celine Dion com batida causa impotência frigidez e gonorreia está estudado 2) as mulheres estão - independentemente de serem Claudias Schiffer ou Dinas - com o ego sobrevalorizado dadas as abordagens 1 por minuto dos homens 3) eles são uns bimbos do caralho 4) a música é mesmo má 5) a música é mesmo má. Com toda a humanidade, toda a gente fez a mesma careta quando perguntei "o que é mesmo a Praxis?" o que faz daquilo um caso raro na historia da unanimidade ou da dislexia.
Já recuperado no dia seguinte pude ver as coisas que realmente interessam em Évora: a toponimia em azulejos amarelos e times new roman e a capela dos ossos.
Como já disse antes, quero relatar a capela dos ossos vista pelos ossos. Podem pensar lá está este com os lugares comuns, mas vou fazer um esforço:
Presa em uma sela turcíca, uma tíbia esperava pacientemente que me aproximasse, atraída pelo crepitar das minhas costas. Seguia-me como todos os outros ossos, calma e cegamente. Os ossos, mesmo os das caveiras com aquelas órbitas abertas onde cabem metáforas e outras figuras de estilo, são cegos. Como é óbvio e seguindo o mesmo pensamento, isto também se aplica a todos os outros ossos inclusivé aos dois cadaveres pendurados na parede: pai e filho podem falar latim memento mori mas não vêm um palmo à frente do ex-nariz. Quando lhes passo à frente, podem apenas adivinhar quem sou pelo restolhar da máquina fotográfica - o pessoal de Évora não gosta de máquinas fotográficas: fui a um bar por som e mesmo sendo um anfitrião de primeira ( incomodei muito pouca gente, só tinha umas 15 pessoas na pista e tinha 1 música e meia por pessoa até sobrava foda-se ), ainda tive de gramar com duas putas a chagarem-me a cabeça porque não podia tirar fotos, ainda pensei sim tem razão a Keops só sem flash mas eu nunca o liguei, menina.
Évora, a reter: doçaria conventual, entremeada e saco de brasas 2.99€